Link da apresentação de slides usados na aula sobre arte no Brasil durante o período colonial.
Aulas de Arte Professor Lucas
terça-feira, 5 de abril de 2016
RESUMO: ARTE NO BRASIL COLONIAL
CULTURA AFRICANA NO BRASIL
Denomina-se cultura
afro-brasileira o conjunto de manifestações culturais do Brasil que sofreram
algum grau de influência da cultura africana desde os tempos do Brasil colônia
até a atualidade. A cultura da África chegou ao Brasil, em sua maior parte, trazida
pelos escravos negros na época do tráfico transatlântico de escravos. No Brasil
a cultura africana sofreu também a influência das culturas europeia
(principalmente portuguesa) e indígena, de forma que características de origem
africana na cultura brasileira encontram-se em geral mescladas a outras
referências culturais. Traços fortes da cultura africana podem ser encontrados
hoje em variados aspectos da cultura brasileira, como a música popular, a
religião, a culinária, o folclore e as festividades populares. Os estados do
Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais influenciados pela cultura
de origem africana, tanto pela quantidade de escravos recebidos durante a época
do tráfico como pela migração interna dos escravos após o fim do ciclo da
cana-de-açúcar na região Nordeste. Ainda que tradicionalmente desvalorizados na
época colonial e no século XIX, os aspectos da cultura brasileira de origem
africana passaram por um processo de revalorização a partir do século XX que
continua até os dias de hoje.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
De maneira geral, tanto na
época colonial como durante o século XIX a matriz cultural de origem europeia
foi a mais valorizada no Brasil, enquanto que as manifestações culturais
afro-brasileiras foram muitas vezes desprezadas, desestimuladas e até
proibidas. Assim, as religiões afro-brasileiras e a arte marcial da capoeira
foram frequentemente perseguidas pelas autoridades. Por outro lado, algumas
manifestações de origem folclórica, como as congadas, assim como expressões
musicais como o lundu, foram toleradas e até estimuladas. Entretanto, a
partir de meados do século XX, as expressões culturais afro-brasileiras
começaram a ser gradualmente mais aceitas e admiradas pelas elites brasileiras
como expressões artísticas genuinamente nacionais. Nem todas as manifestações
culturais foram aceitas ao mesmo tempo. O samba foi uma das primeiras
expressões da cultura afro-brasileira a ser admirada quando ocupou posição de
destaque na música popular, no início do século XX. Posteriormente, o
governo da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas desenvolveu políticas de
incentivo do nacionalismo nas quais a cultura afro-brasileira encontrou
caminhos de aceitação oficial. Por exemplo, os desfiles de escolas de samba
ganharam nesta época aprovação governamental através da União Geral das Escolas
de Samba do Brasil, fundada em 1934. Outras expressões culturais seguiram
o mesmo caminho. A capoeira, que era considerada própria de bandidos e
marginais, foi apresentada, em 1953, por mestre Bimba ao presidente Vargas, que
então a chamou de "único esporte verdadeiramente nacional". A partir da década de 1950 as
perseguições às religiões afro-brasileiras diminuíram e a Umbanda passou a ser
seguida por parte da classe média carioca. Na década seguinte, as religiões
afro-brasileiras passaram a ser celebradas pela elite intelectual branca. Em 2003, foi promulgada a lei nº
10.639 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), passando-se a
exigir que as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio incluam no
currículo o ensino da história e cultura afro-brasileira.
Texto retirado do site:
https://www.faecpr.edu.br/site/portal_afro_brasileira/3_III.php
domingo, 3 de abril de 2016
A ARTE DOS ÍNDIOS BRASILEIROS
Na
época do descobrimento, havia em nosso país cerca de 5 milhões de índios. Hoje,
esse número caiu para aproximadamente 200 mil. Mas essa brutal redução numérica
não é o único fator a causar espanto nos pesquisadores de povos indígenas
brasileiros. Assusta-os também a verificação da constante – e agora já acelerada
– destruição das culturas que criaram, através dos séculos, objetos de enorme
dinâmica e beleza.
A
primeira questão que se coloca em relação à arte indígena é defini-la ou
caracterizá-la entre as muitas atividades realizadas pelos índios. Quando
dizemos que um objeto indígena tem qualidades artísticas, podemos estar lidando
com conceitos que são próprios da nossa civilização, mas estranhos ao índio.
Para ele, o objeto precisa ser mais perfeito na sua execução do que sua
utilidade exigiria. Nessa perfeição para além da finalidade é que se encontra a
noção indígena de beleza. Outro aspecto importante a ressaltar: a arte indígena
é mais representativa das tradições da comunidade em que está inserida do que
da personalidade do indivíduo que a faz. É por isso que os estilos da pintura
corporal, do trançado e da cerimônia variam significativamente de uma tribo
para outra.
O PERÍODO
PRÉ-CABRALINO: A FASE MARAJOARA
A
Ilha de Marajó foi habitada por vários povos desde, provavelmente, 1100 a.C. De
acordo com os progressos obtidos, esses povos foram divididos em cinco fases
arqueológicas. A fase Marajoara é a quarta na sequência da ocupação da ilha,
mas é sem dúvida a que apresenta as criações mais interessantes. Os povos
considerados da fase Marajoara, vindos do Noroeste da América do Sul, chegaram
à ilha provavelmente por volta do ano 400 da nossa era. Ocuparam a parte
centro-oeste da ilha. Nessa região, construíram habitações, cemitérios e locais
para as cerimônias. A produção mais característica desses povos foi a cerâmica,
cuja modelagem era tipicamente antropomorfa. Ela pode ser dividida entre vasos
de uso doméstico e vasos cerimoniais e funerários. Os primeiros são mais
simples e geralmente não apresentam a superfície decorada. Já os vasos
cerimoniais possuem uma decoração elaborada, resultante da pintura bicromática
ou policromática de desenhos feitos com incisões na cerâmica e de desenhos em
relevo. Dentre outros objetos da cerâmica marajoara, tais como bancos, colheres
apitos e adornos para orelhas e lábios, as estatuetas de pessoas despertam
grande interesse.
Texto adaptado do livro "História da Arte", de Graça Proença.
ARTE PRÉ-HISTÓRICA
Esse período não foi
registrado por nenhum documento escrito, pois é exatamente a época anterior à
escrita. Tudo que sabemos dos homens que viveram nesse tempo é resultado da
pesquisa a partir de objetos encontrados em várias partes do mundo, e de
pinturas achadas no interior de muitas cavernas na Europa, Norte da África e
Ásia.
Como a duração da
Pré-história foi muito longa, os historiadores a dividiram em três períodos:
-
PALEOLÍTICO INFERIOR: Cerca de 500 000 a.C.
-
PALEOLÍTICO SUPERIOR: Cerca de 30 000 a.C.
-
NEOLÍTICO: Por volta do ano 10 000 a.C.
As primeiras “expressões” de
arte, ocorridas no PALEOLÍTICO SUPERIOR,
eram muito simples. Consistiam em traços feitos nas paredes de argila das
cavernas ou das “mãos em negativo”. O homem primitivo pintava os
seres, um animal, por exemplo, do modo como o via de um determinado ponto de
vista (perspectiva), reproduzindo a natureza tal qual seu modo de ver captava.
Assim, a arte do homem desse período, diferentemente da de outros, retrata apenas o que o “artista” vê.
São inevitáveis as perguntas
sobre os motivos que levaram o homem a fazer essas pinturas. Atualmente, a
explicação mais aceita é que essa arte era realizada por caçadores, e que fazia
parte de um processo de RITUAL, por
meio do qual procurava-se interferir na captura de animais. Ou seja, o
pintor-caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde que
possuísse sua imagem. Acreditava que poderia matar o animal verdadeiro desde
que o representasse ferido mortalmente num desenho. Assim, para ele, os
desenhos não eram representações de seres, mas os próprios seres. Essa é a
explicação mais aceita para as pinturas do Paleolítico Superior.
Em suas pinturas, o homem da
caverna usava óxidos minerais, ossos carbonizados, carvão, vegetais e sangue de
animais. Os elementos sólidos eram esmagados e dissolvidos na gordura dos
animais caçados. Como pincéis, provavelmente utilizava o dedo, mas há indícios
do uso de penas e pelos. Nesse período foram realizados trabalhos também em ESCULTURA. Mas, tanto na pintura quanto
na escultura, predominam as figuras de animais e figuras femininas. Dentre esses trabalhos,
destaca-se a VÊNUS DE WILLENDORF.
ARTE
DO PERÍODO NEOLÍTICO
O último período da
pré-história é chamado de Neolítico ou Idade da Pedra Polida. Esse nome foi
adotado por causa da técnica de construir armas e instrumentos com pedras
polidas mediante atrito. Mas, além desse aprimoramento técnico, o acontecimento
mais significativo desse período foi o início da agricultura e da domesticação
de animais. Isso deu início à substituição de uma vida de viagens por uma vida
mais “parada” (sedentária).
Essa mudança transformou
profundamente a história humana. A fixação do homem, garantida pelo cultivo da
terra e pela manutenção de manadas (que então se tornaram rebanhos), ocasionou um aumento rápido da população e
o desenvolvimento das primeiras instituições, como a família e a divisão do
trabalho. Assim, o homem do Neolítico
desenvolveu a técnica de tecer panos, de fabricar cerâmica e construir as
primeiras moradias. Conseguiu ainda produzir o fogo através do atrito e deu
início ao trabalho com metais. Todas essas conquistas
técnicas tiveram um forte reflexo na arte. O homem, que se tornara um camponês,
não precisava mais depender somente dos sentidos apurados do caçador do
Paleolítico, podendo assim desenvolver a capacidade de abstração e
racionalização. Com isso, suas pinturas começaram a assumir um estilo
simplificado e geometrizante. Em lugar de representações que buscavam imitar
fielmente a natureza, vamos encontrar sinais e figuras que mais sugerem do que
reproduzem os seres.
Mas não foi apenas a maneira
de desenhar e pintar que sofreu mudanças. Os próprios temas de arte mudaram:
começaram as representações da vida coletiva. Como as pessoas passaram a ser
representadas em suas atividades cotidianas, um novo problema se colocou para o
artista primitivo: dar ideia de movimento através da imagem fixa. O artista do
Neolítico conseguiu isso de uma maneira eficiente, criando figuras leves,
ágeis, pequenas e de pouca cor. Com o tempo essas figuras
foram se reduzindo a traços e linhas muito simples, mas que comunicavam algo
para quem as vias. Desses desenhos surge, portanto, a primeira forma de escrita
pictográfica, que consiste em representar seres e ideias pelo desenho. Além de desenhos e pinturas,
o homem do Neolítico produziu uma cerâmica que revela o início de sua preocupação com a
beleza e não apenas a utilidade do objeto. Começou também a fazer uso do metal
e construir suas próprias moradias.
Em resumo, a arte primitiva,
ou arte rupestre, começou com caráter de ritual para então tornar-se o
fundamento da linguagem.
Texto adaptado do livro "História da Arte", de Graça Proença.
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